terça-feira, 4 de abril de 2017

Ideias

Não há nada mais visceralmente perigoso do que uma ideia. Não importa a sua simplicidade. Não importa o quão primitiva, proibida ou desadequada seja. Quando uma ideia chega e a onda nos atravessa, ressonante com seja lá o que for que nos rege e levanta, que poder é que a pode parar? Talvez a morte. Talvez o silêncio. Talvez um silêncio de morte, ou uma morte silenciosa. Mas o que são a morte e o silêncio perante uma ideia que se propaga para além dia vida, para além do tempo e do espaço? O silêncio não cala uma ideia. A morte não a mata. Quando uma ideia vem e se propaga como uma onda (seja bela e cheia de esperança, seja feita do mais profundo animalismo egocêntrico) não há nada, mesmo nada, que possa vencer uma ideia. A não ser a própria ideia, ou uma outra, ainda mais cativante.

No fundo as ideias são, para a humanidade ou civilizações, tão poderosas ou necessárias quanto a revolta no organismo. E tantas vezes, quando a morte e o silêncio são a única resposta a ideias fortes e revolucionárias, é a própria ideia e revolta, que, juntas, acabam com o Universo inteiro. Quase que por capricho.

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