Um dia havia toda uma vida a correr por mim por fora por dentro, havia um sol, uma lua, um céu sempre a azular, um fogo que ardia longe no horizonte, até um sorriso a ondular os campos. Um dia havia eu e o que havia de mim num corpo, numa existência talvez, andando por algo a que chamava realidade, que de facto podia muito bem nem ser real. Um dia o fogo apagou-se e o céu caiu. Um dia o sol desligou-se e a luz escureceu. Um dia houve um desaparecimento de sorrisos, e deixei de haver eu em mim.
Por isso, um dia, ficou só um corpo, numa inexistência qualquer.
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