Outras vezes - embora cada vez mais raramente - paramos para pensar. Talvez à beira-mar. Ou no meio de um campo alentejano (ok, não tem que ser alentejano, nem tem que ser campo, mas tem que ser como um campo alentejano). Às vezes somos capazes de ouvir o silêncio e de nele escutarmos apenas o que se pode escutar no silêncio: o silêncio, e a vida que em nós corre. E é talvez aí - nesses momentos cada vez mais raros (até porque, diga-se, quem é que "tem tempo [ou quem é que é capaz de parar para viver um pouco, em vez de se queixar a toda a hora e não fazer mais do que sobreviver]"?) - que somos capazes de conceber uma vida bem mais simples. Uma existência em que se vive num bem-estar com o mundo e com os outros. Num mundo em que não é preciso ser-se mais forte, mais atraente, mais rico, mais poderoso, mais desejado, ou mais talentoso. Num mundo em que não é preciso haver um alvo, um objectivo. Num mundo em que, no fim de contas, o sentido não se procura - cria-se.
O nosso Universo é pequeno demais e a velocidade da luz não chega. Aqui, o céu não é o limite, mas sim o ponto de partida para um (multi-)Universo que se quer sem preconceitos, leis chatas ou um destino do qual não se pode fugir.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Sentido
Passamos vidas inteiras à procura dele. Ou pelo menos de uma das suas facetas. Nem que seja apenas um sinal da sua presença. Sentido. E sem ele sentimo-nos perdidos. Sem rumo. Como se o mundo girasse cada vez mais rápido e nos deixasse para trás. Outras vezes, porém, temos quase a certeza de que estamos perto. Muito perto. Como se conseguissemos identificar as suas pegadas e soubessemos imediatamente que foi há muito pouco tempo que elas foram dadas. Como se quase o conseguissemos agarrar, como se o seu perfume, a sua voz, a sua presença estivessem mesmo ali, ao nosso alcance.
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