quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Stress a Potes

estou stressadamente farto de todas estas correrias a que me submeto a mim mesmo sem sequer saber por que razão o faço, corro e corro e ainda assim perco tantos autocarros e quando chego ao metro as portas fecham-se quando estou mesmo a entrar e quase começo aos pontapés a tudo e a todos antes de voltar para trás a correr e apanhar o eléctrico que como todos os dias parte atrasado, e assim chego sempre a correr e sempre atrasado ao emprego que me stressa e me deixa num estado de nervos incrivelmente indescritível, e é preciso correr de gabinete para gabinete porque estas secretárias de hoje em dia são um stress e não fazem nada como deve de ser, e quando dou por mim já estou a correr para ir almoçar e quando lá chego a fila dá-me volta aos nervos e decido ir a outro restaurante que me faz enervar durante mais 15 minutos até decidir voltar para o trabalho porque já estou mais de 5 minutos atrasado, e depois há papeis e papeis para assinar que nunca mais acabam e o som dos ponteiros a contar um tempo que se apressa e que acelera quando acelero, e que acelera quando desacelero, e que acelera ainda mais quando o tempo passa e há ainda tanto que fazer, e depois a noite cai e eu sozinho no escritório, ainda a correr de gabinete em gabinete, já tropeçando nos meus próprios nervos que me fazem envelhecer ao ritmo da minha pressa, e depois é tempo de voltar para casa e já estou outra vez atrasado e agora já o eléctrico não parte fora de horas e por isso o perco e tenho que ir a correr apanhar o metro que já lá não está e me força a correr para trás e apanhar um autocarro cheio de gente que bate o pé e chama nomes ao motorista por ele não passar por cima de todo o trânsito e fazer com que todos cheguemos atrasados ao barco que já partiu e nos faz correr para apanhar o comboio e nos faz vibrar e tremer de tanto stress acumulado ao fim do dia, e depois apanhar o último autocarro que (raios!) parte novamente atrasado e depois apanha uma fila de trânsito interminável, e quando chego a casa é o jantar que não está feito e as horas a passarem e depois o telefone a tocar e o stress de quando lá chego não ser ninguém, e depois de jantar é quase já manhã e tenho que correr para o banho e para o quarto vestir-me e ainda assim perco o autocarro para o trabalho e um novo dia começa sem tempo para que o anterior termine e assim se faz a mais bela fórmula do nosso mundo que vive na pressa de não ter tempo sequer para viver. irra, que stress!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

Vento

O vento foi sempre o meu melhor amigo. Sempre que algo me atormentava, havia sempre a frescura do seu sopro nos meus cabelos, na minha pele, na minha mente. E a sua frescura parecia expulsar todas as mágoas – mesmo as mais resistentes. Até que um dia o vento se calou.