quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

Madrugada

São 4 da manhã 5 da manhã e o relógio tic-tac-tic-tac sem parar como se a sua vida tivesse origem numa infinidade de algo que desconheço talvez por me transcender. Estou desperto e nem sei bem porquê. Os olhos simplesmente não obedecem ao hipotálamo e não cedem aos tecidos musculares esqueléticos e lisos. Estou talvez só, em frente à brancura do papel em mim mesmo e escrevo. Escrevo como um alucinado. Álvaro de Campos e Miguel Torga e Vergílio Ferreira e muitos mais, numa só voz, à Lobo Antunes. Loucos? Que se lixe a loucura. A esta hora da madrugada não há loucura nem razão: o que importa é saber gritar que se está vivo.

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