sábado, 19 de fevereiro de 2005

Caos de Haver Big Bang

Sou a energia a explodir por todo o espaço, o tempo a correr quase estanque, a matéria que é ainda nada. Sou a explosão de criar mundos: um fogo que arde mais que chamas, no qual ondula já a morte, o horizonte, as leis.

Partículas feitas de luz e caos de haver positrões e electrões, aniquilando-se rodopiando, afastando-se no espaço que a inflação expande como por magia, e tornando-se reais como por obra divina. E eu a consciência de haver caos e ordem e energia aqui e sempre. Por isso o gás que é o Universo, o mar de fotões de mim gerado, frenético, ondulado, desviando-se para o vermelho sem saber que esse é o cheiro da morte, sem saber que tudo ondula já para o fim – ainda que agora seja só o início e sempre haja um instante por vir. E há o caos de haver matéria e antimatéria, ainda aniquilando-se inconscientes dos dois mundos que nunca mais serão um mesmo. E o caos de haver colisões e colisões, choques em cadeia e sem razão, e um espaço totalmente opaco, plasma de confusão e indústria, metrópole de fotões de início dos tempos, trânsito de ruídos que ainda não se ouvem mas se sentem, como o frio que vai caindo sobre tudo, instantâneo, sem aviso, rodopiando no princípio do fim, ou no início do princípio.

O Mundo nasceu.

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