segunda-feira, 11 de setembro de 2006

A Vida de Joana

O dia começava sempre de forma idêntica para Joana, quer fosse inverno, ou Verão. Para Joana, todos os dias eram entediantemente iguais e era como se, na prática, o tempo fosse algo completamente indefinível, por ser tão periódico, monótono, e lento. E Joana não sabia porquê. Não sabia por que razão eram os seus dias tão iguais uns aos outros. Não sabia a razão para se encontrar sozinha, o motivo que fazia com que tivesse que enfrentar, sozinha, a fluência viscosa e monótona dos dias.
Joana não sabia. Porque se soubesse, ou se viesse a saber, então os seus dias não seriam apenas clones bonacheirões de todos os outros, para passarem a ser verdadeiros pesadelos. Joana não sabia. Mas, se o soubesse, pediria a todos os deuses para a fazerem esquecer. Tal como já o fizera tantas vezes ao longo da sua vida. A vida sobre a qual nada conhecia.

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