quinta-feira, 19 de maio de 2005

Apagar

Risco-te da minha vida como quem censura
o verso que não presta
e arrisco-me a atravessar as memórias
que ainda rasgam os nossos corpos
gemendo o teu nome e lembrando a chama que há muito não arde
mas que ainda queima no silêncio deste quarto vazio.

Rasuro o teu nome
e desejo riscar-te, apagar num gesto todas as memórias
e desfazer-te nos mil golpes que me infligiste
para enfim poder despertar
sem ti
num mundo onde amar não seja um risco
um jogo onde acabamos sempre por perder.

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